o céu partido ao meio, no meio da tarde.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Relevante prestígio.

A tua presença: a que causa o calafrio das vértebras, a que me bate e treme os dentes com o frio, antes d'um acesso de febre. Não a febre doentia, inerte e cálida. A febre do instante-duradouro, que me consome em totalidade ao longo do corpo, das minhas plantas até o mais alto fio do meu cabelo despenteado.
Não me é preciso ter-te como presença corpórea, materializada. Te sinto nas minhas extremidades, no pedaço que de mim foi arrancado e a ti entregue, nos meus dedos. Sim, nos meus dedos, entre eles para ser bem sincero. Nos dedos que te seguram firme, mas que hora atrás te deixaram cair, se esvaindo, derretendo em mim.
Dizer-lhe que te amo? não, sei que posso ir além. É mais do que amor, é compreensão, é convivência, é ligação, é sintonia telepática. É o amor não sendo ele por si só, é o amor conjunto: o "amoramizade".
O teu indescritível descrito em mim, tatuado a ferro em meu peito. São os nossos diferentes fins, traçados pelos nossos meios em comum.
E que permaneçam as nossas avenidas movimentadas, nossas noites embebidas, nossos sonhos, nossos portos, nossas peregrinações, as tuas melenas de cores vivas, as minhas euforias em tons suínos, você, eu, nós. Nos dissipei ao infinito.
Me deixo ser atraído pela cama agora, sabendo que amanhã reconhecerei a tua voz ao telefone, você elétrica aos risos, eu mórbido em coma sonífero.
Me distancio da tua malvadeza, da tua malícia, da tua mala que carrego comigo cheia de amizade, de nossos laços cordiais.
Cerro os meus olhos, baronesa.
Desliguei.

F;

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