o céu partido ao meio, no meio da tarde.

sábado, 21 de junho de 2008

Em-saia-me.

Em tua moça, rodada saia
coloquei meu desejo e glória
debaixo do tecido lágrimas,
anseio, sonho, desavio d'outrora.

Põe-me, suponho, sobre teus linhos
- Veste-me de tua moça, saia!
E me transvie, extravie os espinhos
manceba dos lábios em cores vinho
na qual minh'alma inlúcida, esmaia.

Me descobres com tal devassa,
dança avoada em cima de mim
(balanço que me transvasa,
retalho, resto, rastro que passa
mas que ajusta-se e une-se a mim).

Então roda moça,
gira-gira sim
e transporta meu fim.
Ó xadrez saia,
tons de carmim.

F;

Nenhum comentário: