o céu partido ao meio, no meio da tarde.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Sinto falta de mim.

O nossos passados poderiam ser reescritos no hoje, quem sabe?
E seríamos de novo, aquele cordão de três dobras que nunca pode ser rompido. Que não foi rompido. Que não será rompido.
Estamos tão ligados quanto a natureza. Somos a Lua, o Mar e as Estrelas. Eu sou eu somente em vocês. Sou bicho frágil, descuidado, ofendido pelas nossas separações.
Ora, sentir-me-ia vivo de novo com vocês. Não que eu esteja morto, apenas mórbido.
Debrucei-me em minhas recordações para ter o contato verdadeiro. Me sentei em nossas memórias, em nosso chão de camurça, onde tomávamos sopa! escrevendo em nossa própria língua, afinal, bastava que nos entendessemos, nada mais. Nosso dia sempre fora um dia-verde, não verde murcho, fúnebre, entediado. O verde de fulgor intenso, esplendido. O verde de nossos olhos tão próximos, de nossos rostos tão juntos, de nós, de mim, dela, de você. O verdeesperança, de nos encontrarmos anexados, um-ao-outro-ao-outro-a-mim.
O impossível só é intransponível para quem não deseja, para quem não tem sede. Eu tenho sede de vocês, eu me sacio de vocês. Eu as terei.
Me encubro de vocês e durmo os nossos sonos, sonho as nossas terras inglesas.
Minha vida é feito máquina, funciona com as suas engrenagens. Somente.
Sei que a saudade nos ajudou a notar que somos importantes para nós. Que eu-você-ela somos um, um pedaço do céu, um pedaço do mar, um pedaço do infinito.
Coração divido em três é o meu. Divido mas saudável, e desejoso.
Sei que me serão presentes novamente, sei pois acredito. E se eu acredito, se torna real para mim.
As amo com um amor diferente, o amor contíguo, pegado, complexo. E a minha sorte é que esse amor aumenta, tal como a distância, tal como a saudade.
Me acolho em vocês, sentido-as fundo, bem fundo no meu ser.
Nos vejo em breve.

F;

Um comentário:

Jmmyst disse...

Poderia me explicar o que motivou você a escrever este texto acima.