Explodia em furacão o peito, em desassossego,
e então toda a confusão do mundo
se fazia matéria.
O ar pesava vetusto e as paredes do quarto o sufocavam,
como quando se sustenta um pássaro miúdo
entre os punhos fechados
com a intenção de salvá-lo.
A liberdade o custava e o cobrava, feroz, rangendo os dentes.
Nas garras da insegurança tremia com os pés duros e frios
de quem demonstra costume
ao caminhar noites adentro
sobre o gelo.
Lhe sangravam as frieiras e os olhos,
e da linha da vida de sua palma
brotavam os espinhos.
A liberdade era uma flor morta e envenenada.
E o não-saber era a cigana
que lhe desvendava o futuro
acariciando
sua mão.
F;
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